36,8 quilos de vegetais por m2
Com cerca de 43 mil km2 de área do território, 5,6 milhões de habitantes, muitas ilhas, clima temperado mas agricultura escassa, a Dinamarca parece ser um território apropriado a estruturas urbanas deste tipo.
São construções ligeiras tipo estufa, desenvolvidas em dois pisos, que resultam duma ideia desenvolvida por dois jovens dinamarqueses, Mikkel Kjaer e Ronnie Markussen. As Impact Farm, assim se designam, permitem produzir alimentos com pegada ecológica reduzida, criar empregos e ser adaptável a diversos tipos de terreno. Foram concebidas para ter autossuficiência energética e hídrica e integram uma área variável de cerca de 163 m2; são capazes de produzir 3 a 6 toneladas de alimentos vegetais diversos por ano, e fornecê-los a pequenas estruturas comerciais e sociais, ou a consumidores individuais locais.
Parece-me uma ideia bem interessante. Veremos se, mais ano menos ano, cá chegará também.
Reciclagem medida em elefantes … dos grandes!
De acordo com o DN e a Sociedade Ponto Verde, ao ritmo verificado nos primeiros nove meses de 2015, até ao final do ano reciclar-se-á em Portugal mais 16 % de embalagens de todo o tipo que em 2014, num total de 432 mil toneladas.
O aumento mais marcado será no das embalagens de plástico (cerca de 1/3 do total), logo seguido das de madeira (cerca de 23%), das de vidro (cerca de 10%) e das de papel e cartão (praticamente sem variação). Estamos a portar-nos bem, mas … pode ser ainda melhor.
Glosando a notícia, se todo este peso fosse convertido em elefantes, entraríamos em 2016 na companhia de … praí uns 61 mil destes paquidermes; no mínimo.
A propósito, que tal reciclar a reciclagem?
De acordo com a informação da Recipac, o consumo Europeu de papel e cartão aumentou cerca de 1,2% em 2014; atingiu os 81 milhões de toneladas. Ora, isto seria demasiado preocupante se a sua taxa de reciclagem não tivesse sido sequer idêntica à de 2013, que foi de cerca de 71,6% - 58 milhões de toneladas. Portanto, é apenas muito preocupante.
A juntar a este estado de coisas, pelo menos desde 2010, a taxa de reciclagem registada fora da Europa não passa de cerca dos 10%. Ora, isto já é demasiado preocupante.
É preciso e é urgente reciclar esta situação!
A aposta no facto consumado
Apesar dos avisos e pedidos de intervenção da Quercus ao ICNF, à Câmara Municipal de Ourém e à GNR, o tempo foi passando (ou foi-se deixando passar) sem que, talvez a burocracia, (apenas talvez), ou a coberto dela, se deixasse de agir com a oportunidade corretiva prevista para estes organismos. Ora, isto foi permitindo a violação dos princípios, objetivos e regras da REN e, pelos vistos, também que o incumprimento do projeto de arborização de 10 hectares de eucalipto da Quinta do Carregal em Ourém, se fosse consumando em termos de grande incorreção técnica e ambiental. Quem sabe se sem remedeio possível.
Aquela violação, tanto quanto é relatado pela Quercus, assenta na opção por eucaliptal em vez do pinhal que já lá esteve, pela utilização de desajustado equipamento mecânico de mobilização do terreno e pela modalidade de mobilização/armação da sua superfície em curva de nível; só ela é capaz de contrariar o impacte desta operação florestal, porque atenua e minimiza os processos erosivos que sempre se induzem em arborizações ou rearborizações. Neste caso sai prejudicado o regime hídrico da bacia da Ribeira de Seiça.
Como a Quercus também eu acho, o ICNF terá intervindo tarde e a más horas perante as contravenções que confirmou no terreno. Veremos se atuou em pleno sobre os incumprimentos verificados e se consegue garantir a recuperação dos prejuízos ambientais inevitavelmente causados; ou se, pelo contrário, está a agir de forma tímida e acanhada, eventualmente subordinando-se à vontade, atrevimento e poder do prevaricador. Isto seria inconcebível para a idoneidade da Autoridade Florestal Nacional.
Estamos cá pra ver!
Mário Pinheiro